10.1.06
Que vergonha, rapazes
Que vergonha, rapazes! Nós práqui
caídos na cerveja ou no uísque
a enrolar conversa no «diz que»
e a desnalgar a fêmea («Vist'?Viii!»)
Que miséria, meus filhos! Tão sem jeito
é esta videirinha à portuguesa
que às vezes me soergo no meu leito
e vejo entrar a quarta invasão francesa.
Desejo recalcado, com certeza...
Mas logo desço à rua, encontro o Roque
(«O Roque abre-lhe a porta, nunca toque»)
e desabafo: - Ó Roque, com franqueza:
Você nunca quis ver outros países?
- Bem queria, Sr. O'Neill! E as varizes?
Alexandre O'Neill, Poemas com endereço (1962)
caídos na cerveja ou no uísque
a enrolar conversa no «diz que»
e a desnalgar a fêmea («Vist'?Viii!»)
Que miséria, meus filhos! Tão sem jeito
é esta videirinha à portuguesa
que às vezes me soergo no meu leito
e vejo entrar a quarta invasão francesa.
Desejo recalcado, com certeza...
Mas logo desço à rua, encontro o Roque
(«O Roque abre-lhe a porta, nunca toque»)
e desabafo: - Ó Roque, com franqueza:
Você nunca quis ver outros países?
- Bem queria, Sr. O'Neill! E as varizes?
Alexandre O'Neill, Poemas com endereço (1962)
Comments:
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My God, that's probably the most boring life I ever saw, park ranger. And yet, they do say that simple is beautiful.
Já a propósito de partir ou ficar, embora haja Portugueses em todos os cantos do mundo, concordo com o Lobo Antunes quando disse (cito de memória) que é mais fácil acenar o lenço branco em vez de partir.
Aproveito para te desejar um bom ano. Grande abraço.
Já a propósito de partir ou ficar, embora haja Portugueses em todos os cantos do mundo, concordo com o Lobo Antunes quando disse (cito de memória) que é mais fácil acenar o lenço branco em vez de partir.
Aproveito para te desejar um bom ano. Grande abraço.
Sem dúvida, é mais fácil acenar o lenço do que partir. Mas, muitas vezes, é mais pobre ficar di que ir. Um grande ano para ti. Abraço
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