27.11.05

Máximas e Aforismos

Um homem é sempre aquilo que não diz.

As Famílias parecem felizes, nas fotografias...

Gosto do simples, mas não posso com o simplório.

Arte, literatura e filosofia instigam à revolta, ao inconformismo. Mas como revoltar-me sozinho, se há todo um sistema que se alimenta da alienação e do estupro?

A religião é uma bebedeira como outra qualquer!

22.11.05


Salvador Dalí, Premonição da Guerra Civil (1936)

Numa altura em que passam trinta anos sobre a morte do ditador Franco, li este slogan revelador, que estava à entrada de um campo de prisioneiros políticos republicanos:

"A SERIEDADE DE UM BANCO
A DISCIPLINA DE UM QUARTEL
A CARIDADE DE UM CONVENTO"

O franquismo foi terrível, mas os espanhóis parecem tê-lo ultrapassado melhor do que nós ultrapassámos o salazarismo.

17.11.05

Vida na transição entre dois mundos


PB

Os olhos claros de Fernando Colaço transparecem a simpatia de quem tem tido uma vida rica. Dono de uma energia invejável para um septuagenário, o advogado continua a trabalhar diariamente no seu escritório atafulhado de livros e papéis. Paralelamente à sua actividade de causídico, está a escrever um livro de memórias onde relata com pormenor o "antes, durante e depois" da invasão de Goa pelas tropas indianas. Oriundo de uma família goesa radicada na Beira (Moçambique), Colaço estudou Direito em Lisboa, onde foi colega do malogrado primeiro-ministro Francisco Sá Carneiro. Formou-se em 1956 e o seu primeiro posto profissional foi como notário na remota ilha açoriana de São Jorge. Seguiu-se Vila Velha de Rodão, onde recebeu notícia de que iria ser criado um notariado em Pangim. Decidiu regressar às origens e tomou posse no dia 1 de Janeiro de 59, sem suspeitar que o poder em Goa iria mudar de mãos rapidamente. "Nunca pensámos que houvesse uma possibilidade de conquista ou invasão armada de Goa. O Nehru tinha fama de pacifista, nós éramos admiradores dele", recorda. Foi com espanto que, na madrugada do dia 18 de Dezembro de 1961, acordou com o barulho de uma explosão. A União Indiana tinha desencadeado a operação da tomada de Goa, Damão e Diu, As forças invasoras de Goa contavam com cerca de 50 mil homens e Vassalo e Silva, governador-geral do Estado Português da Índia, decidiu desobedecer a Salazar e não oferecer resistência, evitando que o magro contingente militar luso fosse massacrado. A memória mais vívida que Fernando Colaço tem do dia da invasão é a da mensagem do comandante da aviação indiana, berrada a partir de uma avioneta em voo rasante: "Paz e calma! Paz e calma!" - exclamava o militar. No meio destes acontecimentos conturbados, Fernando Colaço manteve a data do seu casamento com Sílvia e o enlace aconteceu no dia 27 de Dezembro. Seguiu-se o ultimato emitido pelo governo militar a todos os funcionários judiciários, que tiveram que jurar lealdade à Índia até dia 6 de Janeiro de 1962, sob pena de demissão dos cargos. Falou mais alto o desejo de ficar em Goa e todos assinaram, inclusive o presidente do Tribunal da Relação e o procurador geral da República. O destino quis que o notário fosse o último representante de um dos cargos mais antigos da administração portuguesa na Índia. O primeiro notário das Índias foi Diogo do Couto, que morreu em Goa no ano de 1616.
A possibilidade de resistência à invasão nunca foi colocada, apesar de ter havido quem defendesse a independência do território, ou até a sua integração numa espécie de "Commonwealth" portuguesa, juntamente com as outras colónias. "Mas Goa não é Timor. Timor é um exemplo para o mundo, em termos de resistência e militância. Morrem pela sua pátria. Aqui em Goa não, somos muito acomodatícios", compara Colaço. O advogado recorda como o português deixou de ser bem visto e mesmo ensinado entre 1961 e 1974. Mas considera que actualmente "voltou a haver alguma projecção da língua, embora anémica". Na sua opinião, "apenas a Fundação Oriente [da qual é advogado] tem um papel interveniente e seria importante que outras instituições portuguesas marcassem presença em Goa. Para evitar que, no futuro, "sempre que se pergunta a um adolescente como está, ele responda ‘well’".
[Crónica publicada em 2005]

14.11.05

o primeiro condenado por ter vai surgir admirado capturados ou eliminados de modo a permitir que será essa a lição a retirar das eleições leiria vindo de um almoço a conselheira de segurança haiti ontem pelo menos dois iraquianos foram feridos a tiro quando uma manifestação linda 46 anos sucumbiu de uma hemorragia haja divergência empresas iguais presidente silêncio sindicato acusa uma delegação de representantes têxtil orfama inimagináveis griffe portuguesa aniversário novidades acredito missão principais lucra 25 milhões decisão ataques sabedoria em acção investimento previsto neste absolvido consternados deformações e rachas santana lopes pedimos-lhe testemunha como vê hoje tribuna do fotógrafo ou talvez ontem não sei dezoito anos aquíferos as mais-valias de empreendimento projecto cheio de energia e turismo conselho de zeladores movimentos rentáveis destes problemas evolui românticos boémios ou revolucionários não pensar doença é muitas vezes nas infraestruturas o diploma sobre a efectivamente não aconteceu percentagem imigrante pessoas têm um preço gasolina esse aqui assistido para vender erros nos equipamentos de medição os próprios cientistas permitindo assim retirar

11.11.05

Kimmo Pohjonen



"Kimmo Pohjonen é um dos mais respeitados e requisitados músicos e performers na Finlândia. O historial deste acordeonista de excepcional imaginação e técnica traduz-se em mais de 20 anos de rock, folk, avant-garde, improvisação, dança, música clássica e projectos de teatro musical." (Texto do Teatro Académico Gil Vicente, onde voltei a ver este original e intenso músico, depois de um primeiro encontro no "Músicas do Mundo" de Sines).

10.11.05



Parece que o b.leza está para fechar. O b.leza é Lisboa no seu melhor, por isso é uma tristeza que acabe. Há uma petição online, que já vai com mil e tal assinaturas. Mesmo que não evite o encerramento, serve para mostrar que o b.leza é muito mais do que uma simples discoteca. É um espaço cultural no cruzamento entre a Europa e a grande África.

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